Você realmente ama o próximo? — Kaíss Miola Albernaz Zeppenfeld, Primeira Secretária, Fonte de Águas Vivas Internacional

Em Mateus 22:8, lemos que as bodas estão preparadas, mas os convidados não são dignos. Mas, o que realmente significa essa passagem?

Naquela época, os fariseus estavam confusos sobre como servir a Deus devido à multiplicidade de leis. Jesus então resumiu tudo em dois mandamentos principais: “amar a Deus de todo coração, alma, entendimento, e de todas as tuas forças” e “amar ao próximo como a nós mesmos.” (Marcos 12:30-31)

Por que Jesus destacou a forma de amar ao próximo? O que significa realmente amar a nós mesmos? Quantas vezes você se olhou no espelho e se sentiu verdadeiramente belo(a)? Quantas vezes você pensou: “uau, olha o que eu consegui”? Quantas vezes se presenteou ou agradeceu a Deus por ser quem é? Ou você costuma se sentir incapaz, não merecedor ou que não fez mais que sua obrigação? Quantas vezes você pensou que ninguém gostava de você ou se sentiu sozinho?

Infelizmente, esse tipo de sentimento está tão normalizado que, no Brasil, a taxa de suicídio aumentou 43% em 2019, segundo dados do governo. Por quê? O nosso cérebro possui um instinto de sobrevivência que é ativado quando ele percebe uma ameaça à vida. Sendo assim, “nosso cérebro está preparado para tomar decisões de forma imediata nos casos em que identificamos um perigo iminente.” (Arrico, 2022) Então, o que leva uma pessoa a romper o “sistema” de proteção da nossa mente? Talvez, especialmente entre os jovens, a baixa autoestima, a qual os faz depreciarem-se, sentirem-se incapazes e deslocados, é o que está refletindo nesses números alarmantes.

Logo, Jesus, ao dizer que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, nos ensinou mais que empatia e caridade. Ele nos ensinou que só alcançaremos esses sentimentos elevados ao cuidar primeiro de nossos próprios pensamentos e coração. E é através das lições de sábado – principalmente as de Antroposinaistima – (e, se necessário, complementado com terapia ou processos terapêuticos) que chegaremos “à plenitude do nome de Deus através dos “sentimentos de Caridade; Entusiasmo; Paz de Espírito; Renúncia para suportar adversidades; Benignidade; Compaixão; Fé; Brandura e Autodomínio” (Livro Selado de Moisés 4:17), fazendo com que, através do autoconhecimento, possamos chegar ao nível de amar a nós mesmos para saber como amar o próximo. Precisamos entender que o amor-próprio é fundamental para amar os outros.

O Livro Selado de Moisés, capítulo 5, versículo 33, diferencia pena de empatia: “querer aos outros o bem maior que temos, ou queremos ter” é a forma que Deus indica para amarmos ao próximo, ou seja, mais uma vez, Deus repete que o verdadeiro amor ao próximo é querer ao outro o melhor que nós merecemos. A partir desse contexto, imagine um jantar em sua homenagem com duas mesas: uma com a melhor comida, porcelanas finas, cristais e talheres de prata, e outra com pratos de plástico e sobras de comida. Qual mesa você merece?

Amigos e amigas, não podemos ter empatia se não acreditarmos que merecemos o melhor. Se não acreditarmos em nossa capacidade e valor. Devemos nos amar como Deus nos fez, cuidar de nossas imperfeições para que o medo e a insegurança não superem nosso amor-próprio. Não tenhamos vergonha de pedir ajuda quando necessário, de buscar terapia e praticar o autocuidado. Não tenhamos medo de parecer “convencidos.” Lembre-se: você importa! Sua saúde mental importa! Deus o ama como você é! Nós merecemos o melhor, e o melhor é o que nosso próximo também merece!

Referências Bibliográficas

ARRICO, Julia Marquez. Como é o funcionamento do cérebro em situações críticas. 2022. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/funcionamento-do-cerebro-em-situacoes-criticas/. Acesso em: 19 fev. 2025.

Antroposinaistima: essa é uma nova palavra formulada pelo Profeta Maurício Berger. O principal objetivo da antroposinaistima é permitir que tenhamos o domínio consciente de nossas emoções e sentimentos de modo que possamos nos controlar em todas as situações. O resultado será a libertação dos efeitos físicos e espirituais das emoções negativas destrutivas.