Uma revolução no ambiente espiritual

Vivemos em uma época em que mundo está mudando, se tornando mais complexo, cheio de vozes e possibilidades, principalmente no campo das identidades de gênero. Sim, é isso mesmo! Vivemos em uma época em que, no lugar de somente duas identidades oficiais de gênero, a “Comissão dos Direitos Humanos” em Nova York, decidiu por oficializar nada menos que trinta e uma nomenclaturas de gênero para serem usadas em âmbitos profissionais e oficiais. Sabemos que sempre foi pouco dividir a humanidade simplesmente em homens e mulheres. Não há, afinal, em nenhuma época da história humana na Terra, em que as identidades de gênero não fossem múltiplas. Porém jamais reconhecidas pela sociedade como um todo.

Diante disso, e da complexa diversidade que envolve todos os filhos e filhas de Deus, eu pergunto: — Como, porventura, iremos reestabelecer a Igreja de Cristo que, independentemente da orientação sexual e da identidade de gênero, deve ser de fato inclusiva se não compreendermos de uma vez por todas que Deus não faz acepção de pessoas?

— Doutrina e Convênios 1:35

Frente as muitas coisas que vi e ouvi da boca de seres celestiais que me visitaram ao longo de minha preparação para traduzir a parte que me coube das placas de Mórmon, eu Maurício Artur Berger, tenho razão suficiente para crer que se introduziram muito engano nas escrituras ao longo das eras, as quais chamarei aqui de preceitos de Babilônia e que, tais preceitos, com o passar dos tempos, deu espaço a preconceitos mal compreendidos que passaram a ser disseminados como verdades absolutas e imutáveis ao povo do Convênio até os dias de hoje.

Contudo, se olharmos com detida atenção ao relato descrito em Mateus 5:17, vamos perceber que nem mesmo uma revelação sobre um determinado assunto, pode de fato, ser impreterivelmente imutável em relação as novas verdades que foram introduzidas nas escrituras mediante boas novas reveladas pelos profetas de Deus no escoar das muitas dispensações. As quais, por vezes, não anulam as anteriores, mas transcendem, em prol de uma lei maior — A lei do Amor.

Doutra forma, se isso não fosse verdade, até os dias de hoje estaríamos vivendo sob o jugo do sacrifício de animais ou mesmo sob a obrigação de apedrejar as mulheres em praça pública, mediante algum, dentre os atos descrito no livro de Deuteronômio 22: 22-23.

Contudo, quem de fato fora sempre apedrejado pelas mudanças trazidas de tempos em tempos, eram os profetas de Deus. Pois assim como Jesus, que informou que “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”, outros, como Joseph Smith, por exemplo, ensinavam como boas novas ao povo de seus dias, algo que, em geral, não condizia com os antigos ensinamentos de seus líderes religiosos.

Em essência, podemos ver nas escrituras que é exatamente assim que Deus trabalha.

De forma que, a verdade revelada por Ele, através de seus profetas, em geral não corresponde, somente a uma reforma no âmbito religioso de suas respectivas dispensações, mas sempre incide em uma revolução no âmbito espiritual das pessoas que buscam a verdade como um fim e não como um meio.

É por essa razão que lemos no texto de Provérbios 4:18 que “O caminho dos justos é como o sol da manhã, brilhando cada vez mais forte até a plena luz do dia”.

Esse texto me faz lembrar aquele momento em que Vamos Viajar de carro com a família para visitar um parente distante e decidimos partir antes do nascer do sol, quando não enxergamos nada em decorrência da escuridão ao nosso redor, exceto a estrada. Contudo, na medida em que as horas passam, o sol começa a aparecer no horizonte e aos poucos sua Luz nos permite ver com mais clareza a bela paisagem que se revela ao nosso redor, porém, com sombras a se dissipar na medida que o sol (que são os ensinamentos profetas) avança para sua plenitude, quando ao meio-dia, estando no centro da abóboda celeste, elimina toda e qualquer sombra, a ofuscar nossa visão.

Bem, assim também é com o Evangelho. Pois a vontade de Deus tem sido revelada em etapas, no decorrer de várias dispensações e seu entendimento está sendo gradualmente ampliado na percepção do povo eleito com as boas novas reveladas de tempos em tempos pelos profetas de Deus, com o propósito de dissipar entre suas mentes toda sombra criada pelos obstáculos, quais preceitos e preconceitos de homens colocados diante da luz da verdade.

A despeito desta intervenção prejudicial nos propósitos divinos por meros preceitos e preconceitos humanos, devemos observar atentamente as palavras de Jesus em Mateus 9:17, de que, “não se pode deitar vinho novo em odres velhos”. De formas que não convém, ao povo deste Segundo Convite, persistir em enquadrar a restauração do século XIX nos moldes modernos do século XXI.

Pois, desde que o pai Adão esteve na terra, a raça humana recebeu por meio dos profetas de Deus e de seus sagrados registros, um pouco aqui, outro tanto ali de Seu Evangelho, clareando de tempos em tempos, o entendimento de seu povo em relação a sua vontade, de forma que vemos, desde os primórdios da história humana na Terra até os dias da Restauração no século XIX, as coisas de Deus mudarem de forma Concisa e gradativamente, mediante instruções claras e inequívocas, provindas de novas revelações.

Por sua vez, o povo do convênio obtivera em dispensações passadas, o mesmo privilégio que nós, estamos tendo, aqui hoje, em receber novas diretrizes e instruções de um profeta vivo, que transcendem as anteriores, tanto para o nosso bem-estar momentâneo aqui nesta Terra, bem como para nossa progressão eterna à vistas dos céus.

Se quisermos, portanto, alcançar o objetivo de edificar Sião, precisamos, antes de mais nada, abandonar Babilônia, demolir suas falsas ideias, preceitos e preconceitos que nos foram impostos por uma sociedade religiosa nociva aos sentimentos de amor, que por natureza deve preencher, qual diamante oculto, o coração empedernido do ser humano e aos quais devemos buscar para edificar Sião de dentro para fora, assim como Enoque, que ajuntou consigo todos aqueles que tinham em comum, não preceitos e dogmas, desta ou daquela igreja, mas sim, os mais nobres e elevados sentimentos de compaixão, caridade, compreensão e empatia entre irmãos, sem fazer distinção alguma entre nossos semelhantes, tal como consta nas sagradas escrituras, que vez por outra, nos lembra que Deus, nosso Pai Celestial, não faz acepção de pessoas na Terra, e que seu evangelho deve ser pregado a toda Criatura debaixo dos céus. — Livro Selado de Moisés 4: 40

Estamos aqui neste mundo querendo reestabelecer a antiga Ordem da Igreja de Cristo a semelhança do povo de Enoque descrito no Livro Selado, a fim de edificarmos Sião em nossos corações, quais passaportes que nos permitem ser concidadãos dos santos no Reino de Deus aqui nesta terra, e por isso, não nos é exigido, que sejamos tão envolvidos e fanatizados por esta ou qualquer outra igreja que professa o evangelho de Cristo a ponto de desprezar a música e a vibração das boas amizades que existem no mundo lá fora.

Porquanto devemos entender de uma vez por todas que viver abundantemente, assim como Cristo quer que vivamos, está intimamente ligado à nossa felicidade pessoal, e curtir a vida, os amigos, a namorada, ou vice-versa, o namorado, não tem nada de errado aos olhos de Deus, desde que não atormente seus pensamentos por causa dos preceitos meramente humanos, daqueles líderes religiosos do passado que se autoproclamavam emissários da verdade, mas que até hoje, pelo legado oneroso que nos deixaram, nos impõe limites para viver.

Agora, porém, em vista dessa nova compreensão, sendo um profeta do Deus Vivo, advirto veementemente aqueles que creem e mim, para não mais boicotar a sua própria felicidade, ao condenar-se a si mesmo, pelo que os outros pensam de ti, para que enfim, o mundo compreenda que o nosso objetivo comum, aqui neste Segundo Convite, é a inclusão geral de todos os filhos e filhas do Pai Celestial em uma fraternidade composta pela diversidade do mundo atual.

— Diversidade?

Sim! Mais do que isso, individualidade.

Pois não se trata apenas de diversidade, é, antes de tudo, individualidade, cuja essência é imprescindível para exercermos o nosso próprio arbítrio, sem nunca desmerecer o arbítrio dos outros.

Por isso, vos desafio hoje, a ver os outros neste Segundo Convite, não mais com os nossos olhos preconceituosos e endurecidos aos moldes de Babilónia, mas como Deus vê, aceitando esta diversidade que existe entre os filhos e filhas de nosso Pai, que está no Céus, para que possamos ser considerados seus filhos e filhas no que tange ao que sentimos em relação ao nosso próximo.

— E a que podemos comparar o livre-arbítrio?

Eu os comparo aos dons descrito na parábola dos talentos e que, alguns de vocês, assim como afirmou Jesus, os tem escondido no solo de seus corações. Talvez por medo de denegrir a imagem que a sociedade lhe impõe, frente as regras das autoridades de sua igreja, de sua família ou conhecidos em geral, uma vez que a maioria das pessoas que nos cercam, ainda tentam nos impor regaras de como devemos, e de como não devemos viver a nossa própria vida. — Mateus 25:14-30

Não se permita, portanto, meu caro e bom amigo e amiga, por causa desses modernos, mas tão hipócritas fariseus dos dias atuais, tanto quanto eram aqueles que viveram nos dias de Jesus, ter medo de ser quem você é, e abandone de uma vez para sempre o conceito imposto por Babilônia, em ser o que as religiões do mundo, de acordo com seus moldes, querem que você seja.

Não se limite em viver a sua vida do jeito que te faz feliz por causa dos conceitos distorcidos em virtude deste que, se põem de pé como vossos líderes espirituais provindos de Babilônia, a grande igreja, assim como está escrito na Seção 86 de D&C, versículo 3 que diz:

“(…) a grande perseguidora da igreja, a apóstata, a prostituta, sim, Babilônia, que faz com que todas as nações bebam de seu cálice, em cujos corações o inimigo, sim, Satanás, assenta-se para reinar—eis que ele semeia o joio; portanto o joio sufoca o trigo e impele a igreja para o deserto”

Se resguarde, portanto, da hipocrisia que reveste o coração destes Fariseus hodiernos, que vos chegam em pele de ovelhas, mas por dentro, são lobos vorazes, por cujos princípios procedem de Babilônia, a mãe desses falsos preceitos. Pois, se havemos de edificar Sião com nossos sentimentos, então não podemos mais dar ouvidos ao que eles dizem, porquanto acabamos de ler que “o inimigo. Sim, Satanás — reina em seus corações”. Antes, temos que abandonar Babilônia e suas falsas verdades.

Não podemos mais ser como eles querem que sejamos e não podemos aspirar ser mais justos, melhores ou mais espirituais do que qualquer outra pessoa ao nosso redor pelo simples fato de que esses líderes farisaicos nos imbuem de preceitos de ego religioso, grandeza pessoal e notoriedade do igrejismo moderno, que ocasionalmente permeia a sociedade religiosa de nossos dias como um todo. Mas sejamos, a melhor versão que podemos ser de nós mesmos, porque no final, o que conta é nós, lutando contra si próprio, superando nossas fraquezas e não as dos outros ao nosso redor.

Seja qual for a sua crença, assim como eu disse antes: nesta ou naquela igreja, neste ou naquele profeta, pastor ou padre, nesta ou naquela doutrina, esteja certo de uma coisa: Deus quer você no comando de sua a vida aqui neste planeta, porque o único trabalho a ser feito por você neste mundo, é consigo mesmo, na busca contínua pela perfeição pessoal. — Mateus 5:48

É você quem tem o Martelo e o Cinzel em suas mãos, e a única pedra bruta a ser, por você lapidada, polida e refinada para brilhar como um diamante no Templo de Deus, é você mesmo!

Viva, portanto, de tal forma que tua voz dissemine os falsos paradigmas impostos pelo clero e sociedade dominantes. E, se possível, assim como afirmo que é, se agirmos juntos, poderemos eliminar estes preceitos e preconceitos de uma vez para sempre entre os santos dos últimos dias.

— É claro que não é uma tarefa fácil. Exige tempo, exige propósito.

Mas, se pretendemos ser de fato uma fraternidade onde a essência de cada indivíduo seja administrada por um plano, um propósito que valorize a plena inclusão de todos os filhos e filhas de Deus em um mesmo contexto, então juntos, havemos de ser vitoriosos.

Diante desse processo, evocamos a décima primeira Regra de Fé, escrita pelo profeta Joseph Smith. Pois, de igual forma, pretendemos ter o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência e, mediante uma fraternidade perfeitamente esclarecida, cujo entendimento transcenda de vez as barreiras do preconceito habitual, na qual a devoção à espiritualidade seja amplamente demonstrada pela fiel obediência a todos os sentimentos provindos do Dom Maior – O AMOR de Deus em nossos corações. Da mesma forma, concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem.

É com esse ensinamento subversivo que ouvimos as palavras de Jesus ecoarem em nossa compreensão atual, “que aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Pois em seus dias, não diferentes dos nossos, as escrituras eram claras sobre apedrejar até a morte a mulher que fosse apanhada em adultério, uma lei menor que Jesus transcendeu em prol de uma lei maior – A lei do amor.

– Será que não podemos fazer o mesmo? já que viemos a compreender com a abertura deste Segundo Convite que era sobre isso que Joseph Smith estava tentando a ensinar quando disse: “Um refrão muito conhecido diz que ‘amor gera amor’. Semeemos, portanto, o amor e com isso manifestemos nossa bondade a ‘todo o gênero humano’, e o Senhor nos recompensará com progresso eterno.”

Não podemos mais, como discípulos de Jesus Cristo, mediante a lei do Amor promovida em seu Evangelho, permitir que este ou aquele grupo de irmãos sejam excluídos só porque não correspondem aos moldes dos modernos, mas tão hipócritas fariseus, assim como foram aqueles que viveram nos dias de Jesus. Pois é chegada a hora em que os verdadeiros adoradores, a quem o Pai os tem procurado para que o adorem em espírito e verdade, se levantem qual estandarte para as nações, pois eis que nos últimos dias o Senhor se dará a conhecer à um povo que não procurava por Ele. – Isaias 65:1

Maurício Artur Berger

“Deus não faz acepção de pessoas” – Doutrina e Convênios 1:35