Pense no que significa amar como Deus ama. A conhecida escritura de João 3:16-17 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”. Com esses versículos, aprendemos que, por meio do amor de Deus, podemos obter a vida eterna e não a condenação eterna
Levar a vida eterna à humanidade é a obra e a glória de Deus (Moisés 1:39 Pérola de Grande Valor / D&C 22:23b RLDS; O Livro Selado de Moisés 17:23). Essa obra de Deus ocorreu em todas as dispensações do tempo e continua hoje no Segundo Convite. Conforme registrado no Artigo 1 das Revelações e Doutrinas do Segundo Convite, o Senhor Jesus Cristo, por meio de um mensageiro angélico, deu autoridade e poder ao Profeta Berger para tirar a Igreja de Cristo da obscuridade e das trevas, o que trouxe uma igreja sem paredes para a humanidade, permitindo que a plenitude do evangelho da salvação estivesse novamente na Terra. Lemos no versículo 52a:
O restabelecimento da minha Igreja, portanto, não exige que fundem uma nova organização, mas que eu resgate os princípios que regem aquela que foi espiritualmente restaurada em sua plenitude pela mão de meu servo, Joseph Smith Jr., numa igreja sem paredes, fundada por pedras vivas, edificada sobre esta pedra fundamental e sustentada pelos pilares de proteção da verdade, para a qual um sentimento remanescente da ‘IGREJA ORIGINAL’ deve arder em vós, sendo este o vosso legado comum, cujo zelo deve ascender aos céus como nunca antes visto na Terra, em cujo espírito cada membro que dela faz parte, está imbuído do único propósito que constrói os alicerces dessa organização, a plenitude da administração do meu evangelho entre os filhos dos homens.
A visão de Deus é abrangente. Não há uma alma na Terra que Ele não queira salvar do poder destrutivo do pecado para que ela possa experimentar a plenitude do evangelho em sua vida. Ele não faz acepção de pessoas. Portanto, Deus ama universalmente. Ele não ama com amor terreno. Ele ama com um amor belo e divino.
É comum pensar que o amor, em geral, é uma emoção. No entanto, a pesquisadora de ciências sociais, Karla McLaren, conclui astutamente que o amor não é uma emoção. Embora essa afirmação pareça absurda, ela é de fato verdadeira — um paradoxo da vida que está esperando que a mente mortal desvende e compreenda. É comum, mas incorreto, afirmar que o amor, assim como as emoções básicas descritas por Plutchik, como medo, raiva, tristeza, alegria, repulsa, surpresa, confiança e antecipação, está entre os estados mentais instintivos que as pessoas experimentam, concluindo que o amor é a interação de alegria e confiança. Mas essa descrição do amor coloca barreiras ao redor do amor e efetivamente remove qualquer traço do verdadeiro amor divino. O amor não é mantido em cativeiro pelas emoções. O verdadeiro amor continua existindo quando uma pessoa está triste ou feliz; ou com medo ou confiante. As experiências humanas não fazem com que o amor verdadeiro aumente e diminua como a aparência da lua ao longo de um mês. Se o amor fosse uma emoção, ele aumentaria e diminuiria conforme necessário. Ele se esconderia nos santuários internos de nossa consciência apenas para ocasionalmente vir à tona para atender a uma necessidade. Isso seria absolutamente ilógico porque sabemos que não é assim que o amor de Deus é vivenciado em nossas vidas.
Deus não coloca barreiras em torno de seu amor. O amor de Deus chega até nós sem barreiras, além da definição humana, e desafia a compreensão. O amor é livremente transmitido pelo próprio Deus a todos. Como Deus pode amar universalmente, independentemente do pecado ou da obediência, do medo ou da coragem, das dúvidas ou da confiança de alguém? A resposta a essa pergunta não é complexa. Em poucas palavras, ele simplesmente ama! Sim, Deus ama seus filhos com o verdadeiro amor divino. Esse é o amor de Deus; não é um amor humano. Ele é constante. Ele nunca aumenta ou diminui de acordo com as circunstâncias. O amor de Deus é incondicional, o que, por definição, derruba as barreiras que os mortais colocaram ao redor dele.
Espero que você concorde que o amor não é uma emoção. Ele está em uma categoria única por si só. Falar sobre o amor é falar sobre a própria natureza de Deus, porque Deus é amor! Uma escritura do Livro Selado enfatiza esse ponto: “(…) os dons derivados dos Frutos do Espírito Santo são de fato sentimentos puros, vindos de um coração santificado, em cujo Dom Maior, o amor, esconde a plenitude do poder de Deus” (O Livro Selado de Moisés 5:31).
O Arauto deste mês contém dois artigos que destacam a própria natureza de Deus — a aceitação incondicional de uma criança e a doação altruísta de si mesmo para o benefício de outros. A Presidente Rafaela Berger apresenta, em seu artigo “Rompa o Ciclo”, uma discussão oportuna sobre a criação e a aceitação de crianças para que elas cresçam em amor e realizem seus potenciais. A Presidente Berger diz que “a família precisa quebrar o ciclo do preconceito”. Concordo que o amor não tem barreiras e que todas as crianças devem ser aceitas e, com amor, devem ser orientadas para que encontrem seu propósito final e sua realização na vida.
O outro artigo, escrito pelo Apóstolo Wagner Zeppenfeld, é intitulado “Testemunho sobre a experiência no Refúgio de Sião Unidade Sul”. Nesse testemunho, o Apóstolo Zeppenfeld relata seu desejo sincero de trabalhar para Sião em benefício de outras pessoas. Ao compartilhar suas experiências no refúgio, ele está servindo de inspiração para seu jovem filho. O Apóstolo Zeppenfeld afirma: “Como é maravilhoso ver meu filho contando a outras pessoas sobre o trabalho que estou fazendo”.
Esses artigos apresentam um vislumbre do amor que flui do coração de Deus para seus filhos, todos os seus filhos. Amemos uns aos outros sem preconceitos para que todo o poder de Deus seja liberado em nossas vidas e todos experimentem o puro amor de Deus. Que possamos incorporar esse amor divino e compartilhá-lo incondicionalmente. Que possamos amar sem barreiras.