Admoestações dos Fiéis — Editorial do Bispo Rex Hayden

Saudações, irmãos e irmãs de nosso Salvador Jesus Cristo, já é tempo da edição de abril de 2025 do Arauto e, com sua chegada, peço que fixemos nosso coração e nossa mente na palavra admoestação.

Encontramos sabedoria e desafio nas palavras do Apóstolo Paulo a Timóteo, a quem ele chamou de seu filho amado.  Paulo diz, “Que pregues a palavra, instes a tempo; aos que estão fora de tempo, reprove, repreenda, exorte com toda a longanimidade e doutrina.” (2 Timóteo 4:2  Versão Inspirada de Joseph Smith).  Agora, nem todos nós nos chamamos Timóteo, nem estamos exatamente na mesma situação que ele, mas cada um de nós pode ser testemunha, dentro de nossa própria esfera de influência, da plenitude do evangelho, especialmente da palavra recém-revelada por meio de Seu profeta, Maurício Berger.  Devemos estar dispostos e prontos em todos os momentos para falar com aqueles que podem ou não estar prontos e dispostos a aprender mais, conforme formos inspirados pelo Espírito Santo, e devemos fazer isso com paciência divina e doutrina pura.

O Apóstolo continua, “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina… e desviarão os ouvidos da verdade…” (2 Timóteo 4:3-4).  Estamos em uma época da qual Paulo falou, uma época em que muitos farão ouvidos surdos para a verdade, mas não desanimem, alguns darão atenção à luz da verdade e buscarão mais à medida que as trevas forem vencidas dentro deles, finalmente se manifestando com retidão.  Esse último será ainda mais o caso se formos vistos perseverando em todas as situações, provando nossa fé e diligência através de aflições e provações (veja 2 Timóteo 4:5).  Conforme exorta o Apóstolo Paulo, devemos nos esforçar dessa maneira durante toda a nossa mortalidade, devemos terminar o curso para que possamos, na imortalidade, receber nossas recompensas, tendo sido considerados justos pelo Justo Juiz (ver 2 Timóteo 4:7-8).  Que o Senhor tenha alegria no dia em que almas justas forem acrescentadas ao Reino do Pai!  Não é essa a obra e a glória do Senhor a ser realizada por meio deste Segundo Convite?  Trabalhemos e oremos poderosamente para que sejamos considerados mordomos dignos.

As palavras de Paulo, embora dirigidas especificamente a Timóteo, nos apresentam desafios em nosso testemunho, especialmente para aqueles de nós que somos naturalmente introvertidos, de estar em situações menos confortáveis em vários momentos.  No entanto, podemos nos fortalecer sabendo que, quando estivermos trabalhando na obra de Jesus Cristo, o Espírito Santo estará conosco.  Posso garantir que muitas pessoas, além de mim, já se sentiram fortalecidas quando apenas o primeiro passo foi dado—fora da zona de conforto construída por nós mesmos.

Outra alma fiel da qual eu gostaria de compartilhar palavras é o justo rei Benjamim.  O rei, no final de sua vida, estava falando de sabedoria e piedade ao seu amado povo: “…eis que vos digo, ao afirmar-vos haver empregado meus dias a vosso serviço, que não é meu desejo vangloriar-me, porque só estive a serviço de Deus.  E eis que vos digo estas coisas para que aprendais sabedoria; para que saibais que, quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de vosso Deus.  Eis que me haveis chamado vosso rei; e se eu, a quem chamais vosso rei, trabalho para vos servir, não deveis vós trabalhar para vos servirdes uns aos outros?” (Mosias 2:16-18).

Não é essa a verdadeira humildade?  Pode ser difícil para nós imaginarmos viver sob condições de tamanha humildade, já que essas condições não existem na Terra há muitas centenas de anos, mas o que o rei Benjamim nos retrata é, sem dúvida, a Ordem Unida, ou o que a Ordem Unida deveria ser na prática, um povo que se submete um ao outro, amando, servindo, sacrificando-se pelo bem maior da Ordem, seja ele rei ou trabalhador.

Os nefitas de Cristo nos dão este exemplo de humildade: “Sejamos, portanto, movidos por uma causa mais elevada, na qual irmão vela sobre irmão; e a Igreja de Cristo, como um todo, vele por todos os seus membros; a fim de que não haja necessitados, doentes e aflitos em nosso meio, para que possamos nos mostrar verdadeiros discípulos de nosso Senhor, Jesus Cristo, e sermos representantes dignos de seu nome entre um mundo corrompido e deturpado. Cessai, portanto, as vossas queixas e vossos resmungos; pois nada pode ser mais destrutivo aos homens na carne do que queixar-se continuamente. Cessai de achar erros em vossos irmãos ou irmãs, mas amem-se uns aos outros, assim como Cristo nos amou; pois isso não só nos qualifica a sermos seus discípulos, mas nos identifica como tais” (Atos dos Três Nefitas 10:1-2).

Agora, como é possível fazer essas coisas, especialmente amar nossos irmãos e irmãs, mesmo com seus erros, sem a verdadeira humildade proveniente dos nomes e atributos de Deus?  Quando alguém é genuinamente humilde, não procura erros nos outros, embora os erros possam estar presentes, mas procura consertar seus próprios erros; se todos forem humildes o suficiente para consertar seus próprios erros, então não haverá mais erros a serem vistos, e teremos o que chamamos de Sião ou a Ordem Unida.

Ao nos concentrarmos nos artigos do Arauto deste mês e lermos o artigo de nossa irmã espiritual Renee Crowell, veremos o efeito da humildade na obtenção da caridade e, por fim, na obtenção da unidade total e pura como povo.  Somos lembrados da importância de nos enchermos, como indivíduos e como um corpo, com os sentimentos elevados e sagrados provenientes de Deus a fim de obtermos todo o poder do sacerdócio maior, que Ele deseja que esteja entre nós.  A irmã Renee nos orienta a seguir o caminho simples, o caminho para Sião, com o coração quebrantado e o espírito contrito.  Essas palavras me fazem lembrar do mandamento que nos foi dado: “Oferecerás um sacrifício ao Senhor teu Deus em retidão, sim, um coração quebrantado e um espírito contrito” (D&C 59:8); Que aroma agradável ao Senhor deve ser esse tipo de sacrifício!  Ao contemplarmos o conselho da irmã Renee, percebamos a gravidade da situação em que nos encontramos como o Segundo Convite e o quão perto estamos de ver os poderes do Céu serem concedidos a nós se apenas continuarmos no caminho que o Senhor colocou à nossa frente.

Passando agora para o testemunho inspirador do irmão Darren McClelland, que seja trazido à nossa mente como o Senhor pode pegar pessoas, vidas e situações destruídas e torná-las íntegras novamente, se Ele for invocado com fé e humildade genuínas.  Lembro-me de minha própria caminhada com Deus e de como minha parte no relacionamento era quase inexistente até que, devido a uma doença física, achei necessário reacendê-la, primeiro por meio da oração e depois com o estudo das escrituras.

Fiquei emocionado ao ver que Darren e eu tínhamos escolhido fazer referência ao mesmo versículo 2 de Atos dos Três Nefitas, capítulo 10, antes de saber sobre o que cada um estava escrevendo.  É incrível como o negativo pode ser transformado em positivo apenas assumindo uma nova perspectiva de vida, como servir com humildade e caridade àqueles que antes resmungavam ou reclamavam de nós, ou talvez nem considerassem.

A história do irmão Darren sobre o que aconteceu quando ele tocou a maçaneta da porta comprova o fato de que, quando pedimos, buscamos e batemos com diligência e seriedade, Deus nos abre o caminho (ver Mateus 7:7-8), espiritualmente e, às vezes, também literalmente.  Ao contemplarmos nosso lugar neste Segundo Convite, podemos, sem dúvida, perceber que, se não fizéssemos o que diz a escritura, provavelmente estaríamos em algum lugar distante desta obra.  Que todos nós continuemos a ter essa sede de luz e verdade, como nosso irmão Darren, e recebamos a água viva do alto.

Assegure-se de tomar nota dos anúncios do Patriarca Presidente Samuel Gould, incluindo aqueles referentes à próxima conferência de julho de 2025, e aprecie seus comentários eloquentes e o uso das escrituras, como eu sempre faço.

À medida que este editorial se aproxima do fim, vamos examinar novamente a palavra admoestação; certamente já formamos uma definição em nossa mente com base nas referências das escrituras e nos artigos acima.  Da palavra grega “noutheteo” vem a tradução admoestar; “noutheteo” significa colocar na mente.  Será que os conselhos e as instruções dos fiéis foram suficientemente colocados em nossa mente?  Talvez uma maneira adequada de encerrar este editorial e definir admoestação seja com uma citação do hino intitulado “Admonition” (Admoestação), escrito por Joseph Luff: “O tempo está propício!  Meu trabalho deve se apressar!  Quem quiser pode esperar a hora.”

Que Deus os abençoe abundantemente; e meu amor para todos.