Eu sou o guardião do meu irmão? — Renilde Pacheco, Secretária Assistente, Sociedade Fonte de Águas Vivas

Eu sou o guardião do meu irmão? — Renilde Pacheco, Secretária Assistente, Sociedade Fonte de Águas Vivas

Todos nós aqui, ou pelo menos a maioria de nós, conhecemos a resposta clássica que Caim deu ao Senhor quando lhe perguntaram: “Onde está seu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei; sou eu o guardião do meu irmão?” (Gênesis 4:9).

Esta resposta de Caim sempre me vinha à mente. Eu me perguntava se esta pergunta me fosse feita: “Renilde, onde está seu irmão?” Eu não daria a resposta descarada que Caim deu, mas, com certeza, envergonhada, eu diria: “Não sei, Senhor.

Onde estão nossos irmãos? É minha responsabilidade saber onde e como meu irmão está? A resposta de Caim, assim como a que eu daria, me fez sentir muito mal. Principalmente quando pensei na grandeza do segundo maior mandamento de amar o próximo como a nós mesmos. O que seria amar a mim mesma? Como eu poderia amar, cuidar do meu irmão, se eu ainda não soubesse o que seria amar a mim mesma? Ninguém pode dar ao seu irmão algo que ele não possui. Fiquei um bom tempo tentando entender o que seria esse amor.

Há algum tempo, li em Mosias capítulo 18, versículos 8-10:

E aconteceu que ele lhes disse: Eis aqui as águas de Mórmon (pois assim eram chamadas); e agora, sendo que desejais entrar no rebanho de Deus e ser chamados seu povo; e sendo que estais dispostos a carregar os fardos uns dos outros, para que fiquem leves;

Sim, e estais dispostos a chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo e servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que vos encontreis, mesmo até a morte; para que sejais redimidos por Deus e contados com os da primeira ressurreição, para que tenhais a vida eterna—

Agora vos digo que, se for esse o desejo de vosso coração, o que vos impede de serdes batizados em nome do Senhor, como um testemunho, perante ele, de que haveis feito convênio com ele de servi-lo e guardar seus mandamentos, para que ele possa derramar seu Espírito com mais abundância sobre vós?

Achei essa escritura extremamente inatingível! Carregar os fardos dos outros, quando eu não conseguia nem carregar os meus próprios fardos? E fui ainda mais longe: ia à igreja constantemente, visitava os aflitos nos hospitais, dava comida para aqueles que me pediam, e ainda achava que era uma boa mãe dentro dos meus meios. Eu já estava no meu máximo!

No mês de abril de 2019, aconteceu algo que mudou o sentido da minha existência. A mudança foi tamanha que por um tempo pareceu que minha sanidade estava sendo posta à prova. Cori e eu conhecemos uma igreja que aparentemente não parecia uma igreja. Conhecemos um profeta que desmistificou todo conceito de profeta que eu havia aprendido desde a minha mais tenra infância. Um homem acessível, que não havia necessidade de marcar hora para conversar com ele. Conheci um livro, o Livro Selado, que continha ensinamentos diferentes de todos os que eu carregava no coração sobre amar o próximo. A cada passo que eu dava para conhecer o Livro Selado e buscar mais convicção em seus ensinamentos, algo em mim estava se transformando, eu estava ganhando mais paz, embora vivesse em um turbilhão de problemas de saúde familiar. Este livro foi um marco na minha vida. Minha percepção de quase todo o conhecimento que eu tinha era marcada entre o antes e o depois de conhecer as verdades contidas nele.

Mas eu ainda tinha aquela pergunta: Eu sou a guardiã do meu irmão? E o que era tão óbvio para meus irmãos começou a se infiltrar em mim como um remédio homeopático. Uma escama densa e forte começou a cair dos meus olhos. Minha mente e meu coração estavam mudando lentamente. Descobri que eu só poderia cuidar do meu irmão na medida em que eu cuidasse de mim mesma. Eu tinha que mudar meus sentimentos. Eu precisava, e ainda preciso, mudar a lente através da qual vejo meu irmão. O segredo da minha busca está em transformar meus sentimentos, de acordo com o que tenho aprendido no Livro Selado. Comecei a orar muito para que novos sentimentos sejam colocados em minha mente e coração.

Nosso passaporte para cuidarmos uns dos outros, uma questão que nos falha muito em casa, é trabalhar nossos sentimentos. Parece simples, mas na verdade não é! Hoje, luto em minha própria batalha para me aproximar de meus irmãos, trabalhando o mal que habita em mim. Não posso cuidar de um irmão da maneira que o Senhor espera que eu faça, se meus sentimentos não forem compatíveis com o que Ele quer que eu me torne. Enquanto estou me moldando aos sentimentos nobres derivados do Altíssimo, ainda estou me aproximando do que seria ideal aos olhos do Senhor.

Amar a nós mesmos e ao próximo implica necessariamente trabalhar os nossos sentimentos. Este é o grande segredo que o Senhor reservou para revelar ao Seu povo, nestes Últimos Dias. Desenvolver os bons sentimentos derivados da caridade, nos capacita não somente a cuidar do próximo, mas também a edificar a Ordem Unida de Enoque e a exercer o Santo Sacerdócio segundo a Ordem do Filho Unigênito de Deus, como bem está explicado no Livro selado de Moisés 3:61-62:

Não podeis, portanto, efetuar uma só parcela de minha obra se não houver, entre vós, os sentimentos derivados dos dons que correspondem a uma fagulha de mim, o Senhor.

Não! De modo algum, meu povo pode viver o auge do meu sacerdócio em uma Ordem Unida, como aconteceu nos dias de Enoque, sem que haja os mais nobres e elevados sentimentos em seus corações, todos derivados da caridade, que é a expressão mais pura do amor de Deus entre os filhos dos homens, tampouco podeis efetuar qualquer ministério, seja de curas ou obras poderosas, em meu nome, sem que haja algum dos sentimentos derivados desse dom maior em seus corações.

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